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Drees Code: Padrão ou Proibição?

Você jé deve ter se deparado com a seguinte ocasião: um convite para uma mega festa junto a uma insegurança na cabeça do que vestir para sair bem na foto.

O guarda-roupas vai abaixo, nada se encaixa, e tudo piora quando você lê nas letras miúdas do tal convite a palavra DRESS CODE. Aí, uma simples exigência de vestuário, se transforma em uma esquizofrenia fashion, que coloca você em uma perigosa zona de insegurança ao prever que pode não estar de acordo com um determinado padrão.

O que significa:

“Dress Code” nada mais é que um código de vestimenta. Na história pode ser classificado como uma forma de segmentar determinadas classes sociais. Ele define padrões de vestimentas para ocasiões, culturas e sociedades diferentes: no Egito antigo, escravos não se vestiam da mesma maneira que seus reis. Na Inglaterra do início do século XX, havia para a burguesia uma especificação de roupa para cada período do dia. Anos depois, no Studio 54, quanto mais exótico era o visual, mais se agregava valor aos seus frequentadores.

Obviamente, no decorrer da transformação da civilização, certas exigências deixaram de ser obrigatoriedade. Ainda que na empresa em que você trabalhe, deve existir um manual do que é aceito ou não como código de vestimenta formal, nas ruas, a tal democracia da moda faz com que a engrenagem fique em prol de cada indivíduo, que determina com propriedade a sua forma ideal de vestimenta. Uma dica interessante é a leitura do livro “História do Vestuário” de Carl Köhler. Editado pela Martins Fontes, o autor explora épocas distintas da história da humanidade, traçando um verdadeiro e detalhado estudo de como a roupa expressa em definitivo as mudanças da nossa civilização.

Códigos de vestir:

Dicas de leitura a parte, parece que estamos regredindo séculos na evolução da moda, fazendo com que toda uma revolução seja renegada em poucas e massacrantes linhas. Exigir dress code em eventos sociais não é algo raro. Muito menos errado. Pelo contrário, TRAJE ESPORTE, PASSEIO, ESPORTE FINO OU TENUE DE VILLE, PASSEIO COMPLETO OU SOCIAL, BLACK-TIE, TENUE DE SOIRÉE OU RIGOR são habituais nos convites mais badalados que rondam por aí. O problema é entender o que significa cada especificação.

Prova disso foi o MET Gala deste ano, tradicional baile que abre a exposição do Metropolitan Museum of Art de Nova York. Organizado pela poderosa editrix Anna Wintour, o dress code do baile seguia o tema da exposição do museu: “Charles James: Beyond Fashion”. E já que James ficou conhecido como o primeiro estilista de alta-costura dos Estados Unidos, claro que o convite exigiria o WHITE TIE (casaca para os homens e longos, decotes, brilhos e jóias para as mulheres). Para quem acompanhou o tapete vermelho do baile, pôde conferir um desfile de fiascos.

Simplesmente porque certos códigos não fazem mais sentido. E esse desastroso resultado fashion, ilustra muito bem a linha tênue entre o padrão social atual e a falta de conhecimento/entendimento de um convite que exija dress code. Não tem muito sentido. Principalmente, depois da década de 90, no qual, o conceito de individualidade passou a ditar o que seria a moda até os dias de hoje: uma mistura de passado e presente, de conceito e identidade, tornando a maneira de se vestir muito mais complexa do que simples modismos expostos à exaustão em blogs de street style.

Voltando para o tal convite da festa que te deixou com síndrome do pânico… Determinar o que se pode ou não vestir em um evento, não é a mesma coisa que definir um padrão de vestimenta. Hoje, o dress code pode até direcionar suas escolhas, mas não tem o papel de apontar o que é proibido ou muito menos de mau gosto.

Se você for homem e aparecer em uma festa cross dresser vestindo terno e gravata, vai se sentir um peixe fora d’água. Mas se estiver de salto stiletto, talvez não esteja tão fora da ideia inicial. E por mais que um boné John John seja cafona, ele transita de forma idêntica entre o baile funk, country, raver ou careta. Mesmo que ele tiver um logo de elefante cor de rosa, não ficará muito atrás dessa cafonice.
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